Um homem de 43 anos, suspeito de integrar a quadrilha de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho foi preso nessa terça-feira em Campinas. Foi através de uma denúncia anônima que os policiais militares localizaram o homem que tinha ido ao Hospital Mario Gatti, levar a esposa para uma consulta. O Delegado da Central de Flagrantes, Filipe Rodrigues de Carvalho, conta que ao ser abordado pelos policiais, o suspeito teria se envolvido em luta corporal e tentado fugir, mas foi rendido. Ele tinha um mandado de prisão expedido por causa das investigações do Gaeco de Campinas, que desde segunda-feira realiza uma operação, que resultou também na prisão de policiais civis de Campinas e do Denarc, em São Paulo, suspeitos de cobrar propina da quadrilha de Andinho. De acordo com o Delegado, apesar de procurado, com uma vasta ficha criminal, o suspeito preso em nessa terça-feira, negou as acusações, apresentando uma CNH falsa. O Delegado, Filipe Rodrigues de Carvalho, conta que na casa do suspeito, a Polícia apreendeu um celular e um notebook, com arquivos que podem indicar sua participação em uma organização criminosa. Andinho cumpre, desde 2002, sentença de mais de 400 anos de prisão no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior do Estado. De acordo com as investigações, mesmo preso, ele continua no comando do tráfico na Região de Campinas.
Depoimentos
O Grupo de atuação Especial de Combate ao Crime Organizado começa a ouvir, nesta quarta-feira, os policiais presos durante a mega operação deflagrada pelo Ministério Público. Na ação foram presos dois investigadores de Campinas e cinco integrantes do Denarc, além de outras cinco pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Os policiais, entre eles dois delegados, são acusados de cobrar mensalidade do líder do tráfico em Campinas, Andinho. Os nomes dos depoentes ainda não foram confirmados, mas devem ser ouvidos os dois investigadores do Décimo Distrito Policial, Renato Pinto e Mark de Castro Pestana, e dois delegados, um deles, Clemente Castro Castilhone Júnior, chefe do departamento de inteligência do Denarc.
O sequestrador Andinho foi flagrado nos grampos telefônicos do Gaeco pedindo que seus comparsas desenterrassem armas para atirar em policiais do Denarc, que teriam começado a sequestrar e torturar familiares, inclusive crianças, dos traficantes sob seu comando. O sequestrador comanda de dentro do presídio o tráfico de drogas na favela do São Fernando, em Campinas. Segundo o Gaeco, em uma ligação para o traficante de Ribeirão Preto, Flaviano de Lima Oliveira, apontado como seu braço direito, ele teria pedido para que Flaviano agisse contra os promotores de Campinas.
